Max Planck Institute for Brain Research

O Instituto Max Planck de Pesquisa Cerebral é uma instituição de pesquisa fundamental e treinamento científico focada na compreensão do cérebro. O cérebro humano é uma máquina complexa formidável, composta por cerca de cem bilhões de neurônios e trilhões de conexões, ou sinapses entre eles. De um sistema assim, como que magicamente, surgem percepção, comportamento e pensamento. O cérebro é frequentemente descrito como a "máquina mais complexa do universo conhecido".

Os cérebros são produtos da evolução, uma resposta de organismos biológicos à pressão de seleção. Consequentemente, os cérebros resolvem muitos problemas complexos, mas especializados: encontrar comida, identificar e evitar perigos, aprender e reconhecer parentes, aprender com associações passadas, prever o futuro próximo, comunicar-se e, em algumas espécies, transmitir conhecimento. Tudo isso parece tão simples. No entanto, sabemos que esses problemas são complexos porque nossas tentativas de resolvê-los com máquinas artificiais têm sido decepcionantes até agora. Os computadores de hoje estão melhorando na resolução de problemas de pura computação (xadrez, por exemplo). Mas ainda são ruins em resolver tarefas de reconhecimento de objetos, caracteres ou rostos, operações que nossos cérebros realizam sem esforço. E os cérebros funcionam com muito pouca energia (cerca de 30W nos humanos). Eles são um triunfo de eficiência.

Estudar e entender o cérebro é importante por muitas razões. Primeiro, é um desafio científico fascinante. Devido à diversidade e complexidade dos problemas fundamentais que enfrentamos, a neurociência moderna é uma ciência interdisciplinar por excelência, envolvendo (entre outros) biólogos moleculares, bioquímicos, geneticistas, eletrofisiologistas, etólogos, psicólogos, físicos, cientistas da computação, engenheiros e matemáticos. Compreender o cérebro requer abordagens reducionistas, bem como sintéticas. Simplificando, é um desafio formidável e interessante para cientistas com paixão pela pesquisa fundamental.

Em segundo lugar, entender o cérebro é de importância primordial para a medicina. Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que doenças psiquiátricas e neurológicas estão entre as principais causas de incapacidade e doença. De fato, em 2005, os distúrbios cerebrais representaram 35% da carga econômica de todas as doenças no continente europeu. Embora nosso instituto não seja uma instituição médica, o conhecimento que produzimos (por exemplo, sobre mecanismos de desenvolvimento neural, plasticidade sináptica ou dinâmica cerebral) é de relevância fundamental para a pesquisa neurológica aplicada (por exemplo, doenças neurodegenerativas, distúrbios psiquiátricos).

Nosso objetivo é ser uma instituição onde alguns dos melhores cientistas do mundo trabalham juntos para entender as operações e funções dos sistemas nervosos. Nosso foco científico está em circuitos, ou redes de partes interativas - moléculas em um neurônio, neurônios em um circuito local, comunicação de circuito para circuito. O trabalho experimental no Instituto é realizado em espécies animais não primatas (por exemplo, ratos e camundongos, peixes), em um ambiente interdisciplinar e interativo, localizado no coração do campus de ciências naturais da Universidade Goethe em Frankfurt am Main. Nossos vizinhos imediatos e parceiros científicos são os Departamentos de Biologia, Química e Física da Universidade Goethe, o Instituto de Estudos Avançados de Frankfurt (FIAS) e o Instituto Max Planck de Biofísica. Também temos relacionamentos próximos com os Departamentos de Ciências Médicas, Ciência da Computação (Centro de Computação Científica) e Matemática da Universidade Goethe, e o Instituto Ernst Strüngmann, cujo foco é em Neurociência Cognitiva.